5º Mandamento
Perfilado de sección
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Destacado
“ Em vez de criticar, corrigir e elogiar mais”
Vivemos numa sociedade onde o termo “criticar” assume uma conotação negativa. Fazer crítica, é normalmente sinónimo de depreciar, ridicularizar, desmerecer alguém. Contudo, a crítica assume uma vertente pedagógica, quando bem conduzida. É sabido que ninguém nasce ensinado e que durante um processo de aprendizagem devemos saber conviver com o erro. Ao treinador cabe a tarefa de ser paciente perante o erro e de intervir no sentido de eliminá-lo.
Assim, importa atentar em que tipos de intervenções deverá o treinador centrar-se de modo a propiciar as melhores informações aos seus atletas.
Em primeiro lugar, dizer ao atleta que fez determinado gesto técnico mal, é assumir a premissa de que esse mesmo atleta não tem capacidade discriminativa para perceber que errou. Ou seja, o atleta tem normalmente consciência de quando executa mal um passe, um remate, um desarme. Mais do que enfatizar o que foi mal executado, importa salientar o que deve ser feito para se melhorar. Por isso, as célebres frases “ João, estás a rematar mal”, deverão ser substituídas por “João, afasta o pé de apoio da bola para rematares melhor”. Em vez de empolar o erro, o treinador deverá escalpelizá-lo com o seu atleta com o objetivo de corrigi-lo.
Outras das questões muitas vezes esquecidas pelos treinadores aquando do processo de comunicação com os seus atletas são os elogios, encorajamentos e incentivos. A literatura é unânime em reconhecer que todo o ser humano aprende melhor quando o seu comportamento é reforçado positivamente, mesmo que esse comportamento ainda não esteja completamente de acordo com o desejado. Muitos treinadores dão relevo apenas ao produto final, olvidando-se do processo. Se uma criança remata sempre mal e posteriormente passa a rematar um pouco melhor, essa evolução não poderá passar despercebida aos olhos do treinador. Apesar de ainda se encontrar longe daquilo que é desejável, na verdade a criança já deu mais um passo rumo ao comportamento pretendido.
A este respeito importa referir que os estudos realizados no âmbito da psicologia denotam que uma das principais causas de abandono desportivo por parte das crianças, se deve a ausência de estímulos positivos. Por isso, não deve o treinador perder a oportunidade de elogiar um bom comportamento da criança. Elogios e encorajamentos geram um clima motivacional positivo, propício a aprendizagens.
Além disso, promove uma relação de maior confiança entre treinador –atleta.